Estudo publicado na revista médica Lancet (Lancet 2012; 380: 668–79), mostrou que 46% dos homens brasileiros que fumavam diariamente no passado e 48% das mulheres, deixaram de fazê-lo. Segundo o estudo tratam-se dos benefícios de programas de educação pública, aumentos de custos através de impostos e acesso a recursos técnicos que ajudem na cessação do uso do cigarro. Uma questão interessante é a influencia positiva que profissionais de saúde têm ao terem parado também de fumar.
O fumo causa 9% das mortes no mundo – aproximadamente 6 milhões de pessoas morrem anualmente em consequência de doenças provocadas pelo fumo – notadamente câncer de pulmão.
O Estudo
A pesquisa foi realizada em diversos países – Brasil, China, México, Polônia, Rússia e Uruguai entre outros. Essa pesquisa denominada GTAS (Global Adult Tobacco Survey) faz parte de um esforço entre vários institutos de pesquisa e saúde coordenados pela Organização Mundial da Saúde. Esse esforço tem como objetivo a redução de 30% até 2025 no uso do cigarro.
O estudo é voltado para países de baixa e média renda que são os maiores contribuidores para o aumento da prevalência de fumantes no mundo. Atualmente 18% das pessoas em países ricos são fumantes, comparado a 11% nos países de média renda e 4% nos de baixa renda. Observa-se declínio no uso de tabaco nos países de alta renda e aumento nos demais países.
Resultados
Aproximadamente 17% dos brasileiros maiores de 15 anos são fumantes (22% dos homens e 13% das mulheres). O Brasil tem a menor prevalência de homens fumantes (semelhante ao Reino Unido e Estados Unidos)
É o terceiro pais com menor prevalência de fumantes entre os 14 pesquisados (mais Reino Unido e Estados Unidos – usados para comparação).
A maioria dos homens e mulheres fumam cigarros industrializados. A faixa etária de 45 a 54 anos concentra a maior proporção de fumantes em relação a população geral (29% dos homens e 20% das mulheres) e a idade de início do fumo para os homens foi aos 17 anos em todas as faixas etárias – mulheres foi aos 17 anos nas mais jovens e aos 21 nas mais velhas.
Contudo observa-se que as mulheres tem iniciado o uso do cigarro mais cedo tendendo a equiparar-se aos homens nas primeiras faixas etárias. Como consequência, ao longo do tempo, os homens e mulheres terão a mesma proporção de fumantes.
Maior Prevalência de Ex-Fumantes no Brasil.
Um dado interessante da pesquisa: o Brasil tem a maior proporção de homens e mulheres ex-fumantes entre os países pesquisados – 46% e 48% respectivamente.
Observa-se que com o aumento da idade o número de ex-fumantes é maior, 75% dos homens com mais de 65 anos são ex-fumantes no Brasil.
Como dito anteriormente isso pode ser atribuído as restrições do fumo no Brasil.
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